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domingo, 25 de agosto de 2013

EDUARDO JOÃO MARTINHO, UM CIENTISTA DE RELEVO INTERNACIONAL





EDUARDO JOÃO MARTINHO, nasceu em 16/11/1936, na freguesia de Chamusca, no seio de uma família humilde. A mãe era empregada doméstica e o pai operário fabril. Devido às condições económicas familiares vê-se obrigado a interromper os estudos após terminar a 4.ª classe e apenas com 10 anos de idade vai trabalhar para um armazém, com a perspectiva de no futuro vir a tornar-se empregado de escritório.
          Contudo, os pais tinham outras ambições para aquela criança e por essa razão a mãe foi interceder pelo filho junto de António Dores do Carmo, Chefe da Repartição de Finanças da Chamusca e pessoa influente, que não só viria a conseguir um emprego melhor para o pequeno Eduardo, como tornou possível que ele fizesse o exame de admissão e passasse a frequentar o colégio da Vila.
Depois, devido à sua inteligência e ao apoio sempre fundamental de António Dores do Carmo com quem acabaria por estabelecer e manter uma forte Amizade ao longo da vida, Eduardo Martinho terminou os estudos secundários no Externato Braamcamp Freire em Santarém e entrou na Faculdade de Ciências de Lisboa onde, com grande esforço e árduo trabalho, como trabalhador-estudante, conclui a licenciatura em Ciências Físico-Químicas em 1961.
Quase de seguida começa o seu trabalho na Junta de Energia Nuclear em Sacavém que, em 1962, o envia para França, com o objectivo de frequentar, em Paris,  um curso de formação em Física de Reactores Nucleares, o qual conclui com êxito em 1963. E, inesperadamente mas como um prémio, devido à excelência do seu trabalho, recebe o convite para ficar a desenvolver as suas actividades de investigador naquele país, onde permanece até ao ano de 1965.
           De regresso a Portugal, volta ao Laboratório Nuclear de Sacavém e simultaneamente acumula as funções de docente na Faculdade de Ciências de Lisboa. Com um ritmo de trabalho extraordinário vai igualmente publicando com regularidade artigos técnico-científicos.
Entretanto, devido ao reconhecimento da sua competência, torna-se mesmo o responsável pela “linha de actividades” Exploração do Reactor Português de Investigação, o único existente na Península Ibérica.
O auge da sua carreira dá-se no início da década de 2000 com a descoberta de uma “curva universal”, em conjunto com dois outros investigadores portugueses, um passo muito importante para a Física de Neutrões e que tem sido objecto de análise, confirmação e estudo por muitos especialistas em dezenas de países, de quatro continentes.
Estamos pois em presença de um distinto cientista português que, apesar do seu estatuto,  cultivou sempre a humildade e a Amizade com colegas e alunos e, paralelamente a todo o seu imenso trabalho na área científica, manteve sempre a colaboração com os órgãos de comunicação social da Chamusca, escrevendo artigos para a revista Chamusca Ilustrada  (já extinta) e para o jornal “O Mirante”, para além de o fazer com outros mass media nacionais, como os jornais “Expresso” e “Público”.
         Este é o admirável percurso do menino empregado de armazém que se tornou um Homem e um Cientista de carreira, mostrando com o exemplo da sua vida que a ciência é também o resultado de muita vontade, dedicação, trabalho, princípios humanos, colaboração e Amizade.
É com admiração que agradeço a possibilidade de ter realizado esta entrevista que, para mim, é acima de tudo uma lição.

Existe uma ideia generalizada de que os alunos sobredotados se revelam logo no Ensino Primário, isso aconteceu consigo?
Não, não aconteceu. Aliás, julgo que a sobredotação é um conceito relativamente recente. Naquele tempo, a classificação era grosso modo assim: o aluno era bom, médio ou mau. Penso que o meu estimado professor, Joaquim Filipe Baptista, me tinha na conta de bom aluno.

Sendo descendente de uma família humilde, apesar de filho único, assim que terminou a formação na Escola Primária teve que ir trabalhar. Como é que se processou essa fase na sua infância?
            Quando acabei a escola primária, em Julho de 1946, a preocupação dos meus Pais era “tirar -me da rua, para não apanhar vícios”. Estive para ir aprender “um ofício” como carpinteiro, mas o mestre não me aceitou por eu ser muito novo. Quando completei os 10 anos fui trabalhar no armazém Pedroso & Rodrigues, Lda., com a perspectiva de um dia poder vir a trabalhar no escritório. De princípio foi um tédio ver-me sozinho, sentado atrás de uma secretária, a conferir inutilmente as somas (sempre certas) de inúmeras facturas de vendas a retalho. Felizmente, passado algum tempo fui “promovido” a marçano.
Apesar de tudo foi divertido poder encontrar pessoas conhecidas ao balcão, enrolar cartuchos de papel pardo, aviar quar­tas de arroz ou de massa, cortar bacalhau às postas, ajudar na torrefacção do café e do amendoim, se bem que também tivesse que efectuar serviços menos agradáveis como carregar mercadorias e varrer a loja ao fim do dia.

Os seus pais tinham outras ambições em relação a si?

            De facto tinham. Por essa razão, em meados do ano de 1948, a minha mãe foi falar com António Dores do Carmo, que era Chefe da Repartição de Finanças da Chamusca e uma pessoa considerada e influente no meio. Perante a determinação e os argumentos da minha mãe, ele deu-me a oportunidade de trabalhar como uma espécie de moço de recados na Repartição, deixando também a promessa de que iria ver o que poderia fazer para eu frequentar o Colégio que havia na Vila, que leccionava os actuais  5.º e o 6.º anos e onde só os jovens de famílias com outras posses económicas podiam estudar.
Foi assim, com o apoio do senhor António Carmo, que em 1949 fiz o exame de admissão e entrei no Colégio onde, em 1951, conclui o 6.º ano.


As três pessoas que influenciaram o seu futuro



Maria Emília Cardoso (a sua Mãe).


José da Silva Martinho (o seu Pai), a ser distinguido por 20 anos de bons serviços na fábrica “Spalil”.


António Dores do Carmo, seu grande Benfeitor e Amigo.

Entretanto deixou de residir na Chamusca. O que é que o levou a ir viver para a cidade de Santarém?

O que me levou a ir viver para Santarém ― depois de ter terminado o 2.º ano liceal  ― foi o facto de não haver na Chamusca a possibilidade de prosseguir os estudos. Quem queria e podia continuar a estudar tinha de sair. Santarém era um dos destinos possíveis. Que eu me lembre, houve jovens chamusquenses que foram estudar para Torres Novas, outros para Tomar e até para Santo Tirso.
            Fui para ali residir com 15 anos e beneficiando de uma bolsa de estudo no Externato Braamcamp Freire, completei o actual 9.º ano em 1954 e o actual 11.º ano em 1956.
Para além do percurso académico Santarém foi também muito importante para mim, porque foi ali que conheci, em 1954, Maria da Piedade Neves Pinheiro que veio a ser a Mãe dos meus filhos (Paulo Miguel, Maria Teresa, Maria Helena e Maria Isabel) e a Avó dos meus netos (Bruno, Hugo, João Guilherme e Inês).


1954 – Eduardo Martinho e a sua futura esposa, Maria da Piedade Neves Pinheiro.

O estudante aplicado ocupava o seu dia-a-dia com outras actividades?
Em Santarém, era eu estudante do ensino secundário, tive o privilégio de pertencer à equipa de futebol de juniores da Associação Académica. Esse grupo venceu os campeo­natos Regional e Distrital e foi ao Nacional em 1955/56, com direito a pequenos relatos nos jornais da região e até a uma fotografia no Mundo Desportivo. Um dos aconteci­mentos mais entusiasmantes foi quando o treinador, senhor Madeira, me chamou à parte depois de um treino e, pela primeira vez, me disse: «Martinho, você joga amanhã



Época 1955/1956 – Equipa de futebol de juniores da Associação Académica de Santarém.

Naquela fase da sua adolescência já brilhava em si alguma centelha ou desejo de vir a tornar-se "famoso" nalguma área?

          Na minha adolescência imaginava, que um dia escreveria em jornais (sem área definida) e seria “famoso” (entre aspas). Devaneio juvenil, claro, mas a verdade é que acabei por escrever muitos artigos. Quanto à fama, isso é muito relativo. Fiquei decerto mais conhecido na minha “rua” pelo que escrevi na revista Chamusca Ilustrada (1977-1983) e no jornal O Mirante (1987-2001, 2012-2013) ― uma forma de manter a ligação à terra onde nasci e onde inequivocamente tenho as minhas raízes. O alcance da “fama” (sempre entre aspas) foi talvez maior pelos artigos publicados nos jornais  “Expresso” e  “Público”  na década de 1990 e por algum sucesso como investigador, que me deu uma credibilidade, digamos assim, acima daquilo que quando adolescente poderia imaginar.

Apesar desse "devaneio juvenil", o seu principal objectivo era estudar. Como é que se processou a sua ida para a Faculdade?

Terminado em Santarém o Curso dos Liceus, o meu Amigo António Dores do Carmo entendeu que eu merecia continuar a estudar. Para isso, conseguiu que o director do Colégio Manuel Bernardes, padre Augusto Pinheiro, me desse um emprego em Lisboa. Durante a licenciatura (1956-1961) fui aquilo que hoje se designa por trabalhador-estudante. Ganhava a vida no Colégio ― onde tomava conta de filhos de boas famílias com direito a cama, comida e roupa lavada, e uns “cobres” ao fim do mês ― e frequentava as aulas da manhã na Faculdade de Ciências, porque apenas tinha as manhãs livres e um domingo de folga de 15 em 15 dias. Dormia na camarata dos alunos, levantava-me às 6 horas da manhã, tomava as refeições com os alunos, vigiava o recreio, tirava dúvi­das nas salas de estudo. Foram cinco anos muito difíceis.


Finalistas do curso de Ciências Físico-Químicas.

Que motivações o levaram a escolher especificamente o curso de Físico-Químicas?

Essa é para mim uma questão recorrente, que põe em evidência que “a vida é feita de acasos”. Em boa verdade, não tinha qualquer motivação especial e não fui eu quem escolheu o curso, foi antes o curso que me escolheu a mim. Na conversa havida entre o senhor Carmo e o director do Colégio Manuel Bernardes, este elencou as possibilidades oferecidas pela Faculdade de Ciências: Matemática, Biologia, Geologia e Ciências Físico-Químicas, e acrescentou que Físico-Químicas era porventura o curso que permitiria abrir mais portas no futuro. Foi assim, por acaso, que “escolhi” este curso, em que obtive a licenciatura em 1961, tendo de seguida iniciado a minha actividade profissional na Junta de Energia Nuclear em Sacavém.


   
       1962 – Com António Cordeiro Lopes na sala de comando do Reactor Português de Investigação (RPI).


1962 – Com outros investigadores do RPI.

No início da sua carreira é em França que reforça o seu currículo académico e de investigador. De que forma é que tal sucedeu e se desenvolveu?
Um ano depois de ter iniciado a minha carreira no Laboratório Nuclear de Sacavém, fui enviado para Paris, em Outubro de 1962 para aprofundar a formação em Física de Reactores Nucleares, disciplina que não existia na Universidade portuguesa. Essa formação teve lugar no Commissariat à l’Énergie Atomique (CEA) beneficiando de uma bolsa de estudo do Governo Francês. O objectivo consistia em frequentar o Curso de Génie Atomique ministrado no Institut National des Sciences et Techniques Nucléaires (INSTN). O Curso foi concluído com êxito em Julho de 1963, após defesa do projecto colectivo que nos foi atribuído ― éramos seis estudantes distribuídos por quatro especialidades ― perante uma dezena de especialistas designados como membros do júri.
Do Curso fazia parte um estágio de um mês num Serviço do CEA, o qual foi realizado junto da equipa de Minerve, por este reactor ter algumas semelhanças com o Reactor Português de Investigação existente em Sacavém. Acontece que no fim do estágio o engenheiro René Vidal, chefe da equipa, me convidou para continuar a trabalhar com ele quando terminasse o Curso no INSTN. Foi assim que acabei por ficar em França até Março de 1965 e ser co-autor de trabalhos com algum significado, com o que obviamente a minha formação saiu reforçada.




Com a Mulher e Amigos no Hotel Blanadet (à esquerda, vê-se o Prof. Galopim de Carvalho, conhecido divulgador de temas referentes a dinossauros).


1964 – Em Paris, na companhia da sua Mulher.

Depois de voltar ao Laboratório Nuclear de Sacavém, conjugou o trabalho de investigador com o de docente na Faculdade de Ciências de Lisboa. De que forma é que esta dupla actividade o enriqueceu?

Em 1965, ao regressar de França, tínhamos três filhos pequenos (com quatro, três e dois anos) e decidimos que a Mãe prescindisse do emprego e ficasse em casa para acompanhar de perto o seu crescimento. Esta opção, de que nunca nos arrependemos, levou-me a procurar arranjar um suplemento para o orçamento familiar. A oportunidade surgiu sob a forma de um concurso e foi assim que me candidatei a assistente do Departamento de Física da Faculdade de Ciências de Lisboa. Com isto quero dizer que a minha ida como docente para a Faculdade se deveu apenas a razões meramente financeiras.
As actividades em Sacavém e na Faculdade eram diferentes. Em Sacavém trabalhava num reactor nuclear (realizava experiências) e na Faculdade leccionava disciplinas como Física Geral (trabalhos práticos) ou Mecânica Física (aulas teóricas). Dito isto, dar aulas ajudou-me a aprofundar os meus conhecimentos em matérias básicas, o que sempre tem reflexos positivos em qualquer contexto da actividade científica.
O maior enriquecimento que retirei da actividade docente foi porventura o que resultou das relações pessoais com muitas pessoas, especialmente com os meus alunos, alguns dos quais vieram a ser gente destacada no panorama da Física em Portugal. Imagine o que se sente quando há pouco tempo recebi o testemunho seguinte de um distinto astrofísico que foi meu aluno há 30 anos: «É com enorme gosto que recebo e leio uma mensagem sua. Gostaria que soubesse que foi dos melhores professores que tive na FCUL, alguém de quem guardo uma recordação muito positiva e construtiva». Ou quando se é surpreendido com dedicatórias de autores de um livro de Física Experimental como estas: «Ao Dr. Martinho, de quem me lembro de umas aulas práticas fabulosas de Mecânica.» e «Ao Eduardo, com quem tanto aprendi». Estas são razões para uma pessoa se sentir bem consigo mesma quando conclui que valeu a pena o esforço.




Como elemento muito activo na faculdade e no RPI, não podia deixar de dar o seu contributo e participação na 1.ª Conferência Nacional de Física, que decorreu em 1978 na Fundação Gulbemkian em Lisboa.

A dada altura foi responsável pela “linha de actividades” Exploração do Reactor Português de Investigação, o único existente na Península Ibérica. Para que serve um reactor nuclear?
Para saber para que serve um reactor, é preciso responder antes a esta outra pergunta: O que é um reactor nuclear? Aqui entramos num terreno mais técnico, menos acessível, mas vale a pena tentar.
Comecemos por dizer que toda a matéria ― seja sólida como um seixo, líquida como a água que bebemos ou gasosa como o ar que respiramos ― é constituída por átomos. Por sua vez, os átomos são constituídos por três tipos de partículas: protões e neutrões (agrupados no chamado núcleo atómico) e electrões. Podemos imaginar um átomo como se fosse um pequeníssimo sistema solar, em que o núcleo atómico é ocupado pelo Sol e os electrões são os planetas que se movimentam em torno do Sol.
Agora podemos responder, em termos simples, à pergunta anterior: Um reactor nuclear é uma máquina onde são produzidos neutrões.
Agora põe-se a questão de saber para que servem os neutrões? Como estas partículas fazem parte da matéria, neutrões e matéria “reconhecem-se” e, portanto, pode-se arranjar maneira de os neutrões produzidos num reactor “entrarem” num determinado material e provocarem alterações que sejam desejáveis, porque úteis.
Imaginemos, por exemplo, que se quer saber se um peixe do Tejo está contaminado com certos metais. Explicação simplificada: levando o peixe (uma amostra do peixe devidamente preparada!) junto dos neutrões produzidos no reactor, durante um certo intervalo de tempo, o peixe torna-se radioactivo. Retirado o peixe e analisando as radiações emitidas, pode-se saber se o peixe está contaminado. Este é o princípio da chamada técnica de análise por activação com neutrões, que tem amplas aplicações em várias áreas (poluição ambiental, estudos nutricionais, valorização de recursos do património cultural, identificação da origem de artefactos antigos, etc.). Uma curiosidade: uma equipa de Sacavém, de que fiz parte, estudou há anos três ecossistemas do rio Tejo (junto a Vila Velha de Ródão, Vila Nova da Barquinha e Valada do Ribatejo) analisando água, sedimentos, plantas aquáticas e peixes precisamente por esta técnica.
Mas um reactor nuclear serve para outras finalidades. Permite produzir materiais radioactivos para estudo de radiofármacos; produzir fontes radioactivas para aplicações industriais; determinar parâmetros referentes à Física Nuclear; efectuar estudos relacionados com a Física de Reactores; realizar experiências para determinar a estrutura de materiais; efectuar testes de “envelhecimento” de instrumentação nuclear; levar a cabo acções de formação em diversos domínios, etc..


1986 – No seu gabinete.


1993 – Discursando na inauguração, na Golegã, da Rua Dr. Carlos Cacho, primeiro Director-Geral do Laboratório Nuclear de Sacavém.

As suas investigações na área nuclear tiveram como objectivo a utilização a nível militar?
Esta pergunta faz-me lembrar uma conversa que tive há muitos anos com um pequeno rendeiro chamusquense, junto às figueiras que havia entre a horta e a eira: «Então, senhor dou­tor, quando é que fazemos a nossa bomba atómica?». Eu bem tentei explicar-lhe que o laboratório não trabalhava nessa área, mas ele não desarmou: «Pronto, se não quer dizer por ser segredo, eu compreendo…»
Ao falarmos de energia nuclear, há que fazer claramente a distinção entre aplicações militares e aplicações pacíficas. O Laboratório de Sacavém tem dedicado o essencial da sua actividade às aplicações pacíficas, sobretudo na vertente das aplicações não-energéticas ― que se estendem desde o domínio da medicina nuclear até ao processamento e caracterização de novos materiais, passando pelo projecto, realização e/ou teste de instrumentação e pela aplicação de técnicas nucleares em áreas muito diversas. As aplicações energéticas dizem respeito essencialmente à produção de electricidade com recurso a centrais nucleares.



Apesar do que disse, o Governo é que tutela  o Laboratório e por vezes os investigadores vêem-se envolvidos nos ditames do poder e nos problemas que se geram. Que crise delicada os levou a ir falar com o Presidente da República Mário Soares?

A situação de crise no Laboratório Nuclear de Sacavém não é fácil de descrever, como acontece em geral quando duas personalidades de topo ― neste caso, um ministro (engenheiro Mira Amaral) e o presidente de um laboratório do Estado (Prof. Veiga Simão) ― entram em conflito. Resumidamente, em Novembro de 1992, soubemos da decisão do Ministro da Indústria e Energia de excluir o Laboratório da futura estrutura orgânica do ministério e, ainda, do propósito de “promover o estudo da viabilidade de constituição de um consórcio com as universidades e outras entidades para enquadrar as actividades que não fossem extintas”. Ora este tipo de conversa levanta sempre dúvidas sobre a bondade dos propósitos de quem decide. Em consequência, os investigadores de Sacavém reagiram e resolveram promover diversas acções em defesa de um complexo laboratorial bem apetrechado, com prestígio científico a nível nacional e internacional, e o único existente em Portugal com alguma capacidade de resposta global no domínio nuclear. Foi com base nesta perspectiva que em 1993 solicitámos uma audiência ao senhor Presidente da República de então, doutor Mário Soares, que gentilmente nos recebeu. O final positivo da crise (em 1994) leva-me a pensar que as nossas preocupações não caíram em cesto roto.



       Grupo de investigadores do Laboratório Nuclear de Sacavém recebidos pelo Presidente da República, doutor Mário Soares. Da esquerda para a direita: Frederico Gama Carvalho, António Pires de Matos (de costas), Maria Ângela Gouveia, Luciana Catela Patrício e Eduardo Martinho.


        Link para Laboratório Nuclear de Sacavém nos JornaisHistória de uma Crise (1992-1994):

Perante o anteriormente referido acha que os políticos estão preparados intelectualmente para perceber e aceitar trabalhos como os seus, ou nessa mesma área?
Ainda que os políticos sejam maioritariamente da área das Humanidades, grande parte licenciados em Direito, custa-me a crer que alguns não estejam preparados no sentido da sua pergunta. Os engenheiros, por exemplo, têm uma formação científica. Mas a questão é outra: quando há desentendimento entre decisores, a política tem razões que o entendimento comum não alcança. Por mera decisão política, pode-se fazer tudo e o seu contrário.

Foi uma certa promiscuidade política que o levou a criticar o considerado “pai” do primeiro satélite português, o Dr. Fernando Carvalho Rodrigues?
De certo modo pode dizer-se que sim, mas isso são águas passadas, já lá vai uma dezena de anos. Não achei bem, por exemplo, que Carvalho Rodrigues, que foi meu colega em Sacavém, tivesse concedido imitar fisicamente o tenor Luciano Pavarotti numa festa do PSD no Pontal, com o que provocou a risota geral. Todavia, foi um artigo ― que parecia ter sido feito por encomenda de um ministro ― publicado no Expresso em Março de 1993, exactamente no pico da crise que se viveu no Laboratório de Sacavém, que me fez reagir. Mas a reacção consistiu apenas em publicar um outro artigo no mesmo semanário rebatendo os pontos de vista de Carvalho Rodrigues.
Sei que a sua carreira culminou com a descoberta de uma certa “curva universal”. Qual o seu significado e qual a importância dessa descoberta para Portugal e a nível internacional?
Como já expliquei, um reactor nuclear de investigação é uma máquina que produz neutrões, que podem ser utilizados em diversas aplicações. Em muitas destas aplicações são colocadas pequenas amostras (folhas, esferas, fios ou cilindros) durante um certo intervalo de tempo no meio onde os neutrões são produzidos. Ao serem bombardeadas com neutrões, as amostras tornam-se radioactivas. É este o efeito pretendido. Só que é preciso fazer correctamente os cálculos para se obter o resultado desejado.
A primeira vez que tomei consciência disto foi em meados da década de 1960, aquando da produção de uma fonte radioactiva de irídio no Reactor de Sacavém para ser utilizada no controlo de soldaduras numa empresa metalomecânica de Alverca. Como não se teve na devida conta um fenómeno designado por autoprotecção ressonante, a experiência saldou-se por um fracasso: em vez da radioactividade pretendida, obteve-se cerca de metade do valor que se esperava alcançar! A autoprotecção resulta de os neutrões não se distribuírem uniformemente em toda a amostra ― há mais neutrões na parte externa do que na parte interna. O factor correctivo deste fenómeno depende do material que é sujeito à acção dos neutrões e varia consoante a geometria e as dimensões da amostra.
Desde a década de 1950, os valores deste factor correctivo eram obtidos internacionalmente caso a caso. Aconteceu que, imprevistamente, um estudo realizado no Laboratório Nuclear de Sacavém (entre 2000 e 2004) veio revelar a existência de uma curva única, que pode ser aplicada em todos os casos. A validade dos nossos resultados tem vindo a ser confirmada por cientistas de muitos países. A importância da descoberta decorre de ser agora fácil e rápido avaliar bem o efeito da autoprotecção ressonante ― fenómeno que deu muitas “dores de cabeça” a muita gente durante meio século. 


Esquema representativo do fenómeno de autoprotecção neutrónica que consiste numa depressão do fluxo de neutrões no interior da amostra.


   Eduardo Martinho, José Francisco Salgado e Isabel Maria Ferro Gonçalves, a equipa de investigadores que descobriu a “curva universal”.



A “curva universal” num artigo publicado em 2004 na Gazeta de Física.

Considera que a riqueza do seu currículo lhe dá notoriedade a nível mundial?
Objectivamente, a resposta à sua pergunta é negativa. Poderei ter alguma notoriedade nos meios internacionais onde o meu trabalho é conhecido ou utilizado, mas “notoriedade a nível mundial” é para gigantes como Einstein.

Qual é o seu ponto de vista sobre a investigação científica em Portugal?
A investigação científica ganhou expressão em Portugal especialmente a partir da decisão política de o Governo ter na sua constituição um Ministro da Ciência. Esta circunstância deu-se em 1995 com o Governo de António Guterres, sendo ministro o Prof. Mariano Gago. Desde então o progresso tem sido significativo. Constituíram-se ou consolidaram-se muitas e boas equipas de investigação científica em diversas áreas, passou a publicar-se regularmente artigos científicos de qualidade e em quantidade em vários domínios, o número de doutoramentos aumentou substancialmente. Claro que actualmente há as dificuldades inerentes à crise por que passamos (sobretudo de financiamento), mas a capacidade de adaptação também é maior agora. Numa frase: vejo com algum optimismo a evolução da investigação científica em Portugal.

Tem conhecimento de que haja investigadores portugueses ligados à física, às energias, nomeadamente a nuclear, a trabalhar em organismos internacionais?
Graças à maior mobilidade dos cientistas na Europa e no mundo e devido também ao reconhecimento da importância da internacionalização no trabalho científico, hoje em dia há muitos investigadores portugueses a trabalhar em organismos internacionais e estrangeiros (universidades, em particular), do mesmo modo que há muitos cientistas estrangeiros a trabalhar em Portugal. O organismo internacional onde porventura participam mais portugueses é o CERN (Centre Européen de Recherche Nucléaire), em Genève ― onde cooperam 20 estados-membros e onde está instalado o maior acelerador de partículas do mundo. A isto não deve ser estranho o facto de Mariano Gago ter trabalhado no CERN durante vários anos.

Depois do acidente nuclear de Chernobyl, nunca pôs em causa a sua investigação na área do nuclear?
Não, nunca tive a mais pequena hesitação. Nesse acidente houve falhas humanas e de organização que não deviam ter existido. Do sucedido foram retiradas lições e orientações que foram tidas em conta e que vigoram no presente. É o que sempre acontece com acidentes nucleares: as autoridades de segurança aprendem com o passado.

Sendo um investigador do processo nuclear, como vê o pânico criado à volta dos programas nucleares do Irão e da Coreia do Norte?

Atendendo ao que se sabe pelos órgãos de comunicação social, julgo que há razões para recear que comportamentos menos avisados sejam susceptíveis de pôr em causa a paz no Médio Oriente e ou no Extremo Oriente. Esta é uma questão muito complexa que só os responsáveis das grandes nações podem resolver.

Como é que encara as opiniões dos ecologistas contra os programas nucleares?
Com a maior naturalidade. Quando conhecem a matéria e sabem do que estão a falar, constituem um óptimo contrapeso a que é preciso prestar atenção. Em 2004 James Lovelock ― um conhecido investigador independente e ambientalista inglês ― surpreendeu muita gente, nomeadamente os ecologistas, ao afirmar uma verdade que tarda em ser reconhecida: "só a energia nuclear pode deter o aquecimento global". Para ele, apenas a energia nuclear é uma alternativa realista aos combustíveis fósseis para suprir a enorme quantidade de energia de que a Humanidade necessita, sem aumentar a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Há ou não razão para se recear a energia nuclear?
Não, porque objectivamente se trata de uma das tecnologias mais seguras de que o Homem dispõe.

Ao longo de todo este percurso que ligação foi o cientista e o homem mantendo com a Chamusca?
Nasci na Chamusca e aqui vivi até aos 14 anos; aprendi aqui as primeiras letras; fiz aqui as minhas primeiras amizades; tive aqui os meus primeiros e inocentes amores; em 1983 comprei a casa para onde fui com 4 ou 5 anos viver com os meus Pais; a esta casa sempre volto regularmente desde 1950 até hoje; melhorei-a na década de 1990, porque necessitávamos de um pouco mais de conforto; eu e a minha mulher, estamos em perfeita sintonia no tocante ao prazer de voltar à Chamusca sempre que isso se proporciona.




1953 – Participando num torneio de bilhar no Sport Chamusca e Benfica.



1962 – Na assistência aquando da estreia da Revista “Na Cepa Torta”, da autoria do Chamusquense João Samouco da Fonseca, no Cine-Teatro da Chamusca.



1977 – Almoço realizado aquando do encontro de Professores e Alunos da antiga Escola Secundária da Chamusca.


1977 – Fotografia de grupo do Encontro de Professores e Alunos da Antiga Escola Secundária da Chamusca, organizado por João Samouco da Fonseca.


1984 – Visita aos pais na Chamusca.

            Mas há outras ligações, que se prendem com a escrita. Julgo que em 1976, o chamusquense João Samouco da Fonseca ― que eu conhecia desde miúdo na padaria do seu avô Samouco, onde o meu pai trabalhou ― convidou-me para colaborar na revista Chamusca Ilustrada que ele pensava lançar daí a uns tempos. Assim aconteceu, e a revista foi publicada trimestralmente entre Fevereiro de 1977 e Fevereiro de 1983, tempo durante o qual escrevi 18 artigos.
Em 1976, ano do acidente de Chernobyl, o chamusquense Joaquim António Emídio (que eu não conhecia) telefonou-me para me entrevistar para a Rádio Bonfim, sobre o assunto do momento. Assim aconteceu, e desse encontro resultou uma sólida amizade que se mantém até hoje. Talvez em 1986 ele começou a falar-me de um projecto de jornal mensal, a criar na Chamusca, que sugestivamente se chamaria O Mirante. A ideia avançou e o primeiro número saiu em 16 de Novembro de 1987. O jornal foi crescendo, ampliou a área geográfica de influência, converteu-se em semanário e mudou a sua sede para Santarém em Setembro de 1995. Acompanhou todas as evoluções tecnológicas na área do jornalismo e acabou por avançar para a net em Dezembro de 2002. Ao longo do tempo, escrevi cerca de 130 artigos para O Mirante. Esta forma de ligação às gentes da Chamusca tem-se revelado gratificante. Ainda há dias o Senhor Lino me dizia à porta do café: Lá continuo a ler os seus artigos no Jornal!
O Joaquim António Emídio foi ainda o editor do livro Energia Nuclear ― Mitos e Realidades, do qual sou co-autor com o meu colega e amigo Jaime da Costa Oliveira, tendo o livro sido impresso na tipografia chamusquense A Persistente. O lançamento foi feito na FNAC-Colombo pelo Prof. José Veiga Simão, em Dezembro de 2000, tendo assistido à sessão vários chamusquenses. O livro mereceu palavras estimulantes de diversas personalidades e está presente em várias bibliotecas.



Finalmente, tenho um blogue pessoal intitulado Tempo de Recordar (http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.pt/) onde a Chamusca está presente, por exemplo através de muitas fotografias, de um texto de homenagem ao ilustre médico e cientista veterinário doutor José Lino Nunes Petisca, de um registo sobre a acção desenvolvida na Chamusca pelo meu grande Amigo Senhor António Dores do Carmo em favor dos mais desvalidos, e de vários textos afectivos ligados à Chamusca (A última carta; A minha laranjeira; As Lições do Joaquim; etc.).

Que mensagem, como ser humano, gostaria de deixar para os muitos leitores que nos seguem em Portugal e em todo o mundo?
A melhor mensagem que me ocorre é a que está implícita neste poema de Ricardo Reis:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Síntese biográfica:
Marcos relevantes nos primeiros anos da carreira de investigador:
 (a) Início da actividade na Junta de Energia Nuclear (Setembro de 1961),  (Onde se manteve até Abril de 2002, quando se aposentou);
(b) Conclusão do Cours de Génie Atomique (Saclay, França) em Julho de 1963;
(c) Trabalho publicado em França, com René Vidal [Mesures des intégrales de résonance d'absorption (Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zr, Mo). CEA-R-2840 (1965)];
(d) 1.º artigo publicado numa revista internacional, com José Salgado (Diffusion and extrapolation lengths of thermal neutrons in water by a stationary method. Journal of Nuclear Energy, Vol. 22 (1968);
(e) Artigos publicados com Maria Micaela Costa Paiva: (1) Half-life of Au-198. Interna­tional Journal of Applied Radiation and Isotopes, Vol.21 (1970); (2) Thermal neutron diffusion parameters in water by the poisoning method. Nuclear Science and Engineering, Vol. 45 (1971).

Em 1965 foi admitido como assistente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lis­boa, em regime de acumulação com a actividade no Laboratório Nuclear de Sacavém. O resumo do que foi a sua passagem pela FCUL está contido na intervenção do Professor Doutor José Gomes Ferreira em reunião do Conselho Científico (Grupo de Física) reali­zada em Outubro de 1980:

«O Dr. Eduardo Martinho leccionou aproximadamente 15 anos no Laboratório de Fí­sica da Faculdade de Ciências de Lisboa. Durante este tempo regeu grande número de disciplinas onde revelou qualidades pedagógicas de grande mérito aliás reconhe­cidas pelos seus alunos.
Publicou livros de texto para a maioria das disciplinas que regeu e que foram segui­dos por outros docentes. Realça-se este facto porque é raro em Portugal os profes­sores universi­tários publicarem em livro as suas lições.
Realizou trabalhos de investigação com aceitação internacional.
Tendo eu sido responsável pela entrada do Dr. Martinho para a Faculdade, ficaria de mal com a minha consciência se, no momento em que, com desgosto, o vejo abandoná-la, não manifestasse perante este Conselho Científico o apreço em que tenho as suas qualidades de docente e fizesse realçar o mérito indiscutível da cola­boração que deu a este Laboratório

Para Eduardo Martinho, de entre  os seus trabalhos científicos, os mais importantes, pela originalidade e importância prática dos resultados, são os que foram publicados em final de carreira, entre 2001 e 2004, em co-autoria com José Francisco Salgado e Isabel Maria Ferro Gonçalves, referentes à descoberta de uma curva universal relevante no domínio da Física de Reactores Nucleares / Física de Neutrões.

(Pode encontrar um post explicativo dedicado a este tema no link abaixo indicado)
http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.pt/2016/08/neutron-self-shielding-o-que-e-isso_15.html.

Desses trabalhos, são de destacar os três seguintes:

(a) Universal curve of epithermal neutron resonance self-shielding factors in foils, wires and spheres.
      Applied Radiation and Isotopes, Vol. 58 (2003);
(b) Extension to cylindrical samples of the universal curve of resonance neutron self-shielding factors.
      Nuclear Instruments and Methods in Physics Research B, Vol. 213 (2004)
(c) Universal curve of thermal neutron self-shielding factors in foils, wires, spheres and cylinders.
      Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, Vol. 261 (2004).

Cientistas de vários países [Alemanha, Argélia, Argentina, Áus­tria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Coreia do Sul, Cuba, Dinamarca, Egipto, Eslovénia, Estados Unidos da América, França, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Paquistão, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suíça, Taiwan e Vietname] e de (2) instituições internacionais [EU/Joint Research Centre (Geel, Bél­gica; Petten, Holanda; Ispra, Itália) e IAEA (Viena)] têm vin­do a citar os trabalhos publicados entre 2001 e 2004 em artigos referentes a diversos domínios científicos, nomeadamente metrologia de radiações de reactores nucleares, determinação de parâmetros nucleares (secções eficazes e integrais de resso­nância), análise por activação com neutrões, produção de radioisótopos para aplicações médicas.
Uma equipa canadiana da École Polytecnique de Montréal resumiu assim a inovação do trabalho feito em Sacavém:
«(…) Historically, the calculation of Gth and Gep [Gepi or Gres] was extremely difficult, and it was recommen­ded to dilute the samples to avoid self-shielding. Fortunately, [Portuguese] reactor physicists recently showed that the amount of epithermal as well as thermal self-shielding could be expressed by the same analytical function, a sigmoid, for all nuclides. (…)»
[in C. Chilian, R. Chambon, G. Kennedy: Neutron self-shielding with k0-NAA irradiations. Nuclear Instruments and Methods in Physics Research A, Vol.622 (2) (2010)]


   Os seus trabalhos publicados entre 2001 e 2004 encontram-se reunidos no website intitulado

Neutron Self-Shielding – Towards Universal Curves” – Link: http://edmartinho.wordpress.com/


Visitas do site “Neutron Self-Shielding – Towards Universal Curves”

(442, na escala de cores, corresponde ao número de visitas provenientes dos Estados Unidos da América; número total de visitas: 3.865).

Adenda (Nov.2013):
ResearcherID – Web of Science: http://www.researcherid.com/rid/K-9769-2013


Comentários no facebook e no blogue:



Victor Moedas
Victor escreveu: "MAGNIFICO o teu trabalho os meus parabéns CARLOS SANTOS OLIVEIRA um gr abraço AMIGO"

Opinião de José Francisco Salgado - cientista com quem Eduardo Martinho trabalhou na "curva universal".

"É a história de uma vida e o reconhecimento que os chamusquenses têm por um conterrâneo que os tem acompanhado, vivendo os problemas da terra em que nasceu, não esquecendo as suas origens e tendo orgulho nelas, escrevendo artigos que tratam de assuntos que são importantes. Um abraço, Zé"



Comentário da sua filha Maria Helena:

"Parabéns por este registo que, no fundo, é uma homenagem que merecidamente te fazem. E que pode ser um bom exemplo de vida e resiliência em tempos depressivos."

  • João José Bento Mais um coração da chamusca a pulsar, e desta vez um grande cientista de
     fama internacional, outro trabalho fantástico do Carlos Oliveira, que vai descobrindo aos poucos,
     os grandes talentos chamusquenses e todo o seu percurso de vida ao longo dos anos
    Ao Eduardo João, como ele gosta de ser tratado quando vem à Chamusca, deixo o meu tributo
     e admiração, já que também tive o privilegio de ter sido vizinho dos seus pais durante quase 15 anos
     e deliciava-me a ouvir as histórias contadas pela sua mãe, as dificuldades de gente pobre e humilde, 
    o seu percurso académico, a ajuda do sr. Carmo e todo o seu trabalho ao longo dos anos. Parabéns ilustre
     Chamusquense.

    Não tenho (ainda) o grato privilégio de conhecer pessoalmente o Sr. Dr. Eduardo João

    Martinho. Todavia acompanhei os seus escritos na Revista "Chamusca Ilustrada", que guardo religiosamente, assim como acompanho o seu interessantissimo blog "tempo de recordar" - http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.pt/ -. É, sem dúvida, mais um trabalho extremamente importante por parte do Carlos Oliveira, no sentido de continuar a divulgar estes corações e almas Chamusquenses que enriquecem, ainda mais, a nossa querida e estimada Terra. A ambos o meu profundo reconhecimento. 
    Raul Caldeira. 


    Excelente trabalho, Carlos Santos Oliveira. Mais um excelente trabalho sobre
     um dos nossos conterrâneos. E neste caso um dos mais ilustres e brilhantes.
     Parabéns.

    Apesar de quase 50 anos de convívio e amizade, ainda havia algumas facetas
     da tua vida que ignorávamos, Obrigado por no-las teres dado a conhecer. 
    Uma vida bonita. Parabéns! Esta entrevista é afinal uma homenagem de reconhecimento
     do valor de um Chamusquense que ao longo da sua vida sempre tem tido presente a
     sua terra natal. Manuela e Manuel Ribau.
    Adalberto Pinheiro deixou um novo comentário na sua mensagem "EDUARDO JOÃO MARTINHO, UM CIENTISTA DE RELEVO INTE...": 

    A tua história de vida que acompanhei desde que iniciaste o namoro com a minha irmã...alegra-me sempre ver estes relatos e as crónicas que te são dirigidas e que me enchem o coração...Bem haja pela partilha!!! 

8 comentários:

  1. Caro Senhor João José Bento,
    Muito obrigado pelas suas amáveis palavras, que me dizem muito.
    Cordiais saudações,
    Eduardo João Martinho

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  2. Não tenho (ainda) o grato privilégio de conhecer pessoalmente o Sr. Dr. Eduardo João Martinho. Todavia acompanhei os seus escritos na Revista "Chamusca Ilustrada", que guardo religiosamente, assim como acompanho o seu interessantissimo blog "tempo de recordar" - http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.pt/ -. É, sem dúvida, mais um trabalho extremamente importante por parte do Carlos Oliveira, no sentido de continuar a divulgar estes corações e almas Chamusquenses que enriquecem, ainda mais, a nossa querida e estimada Terra. A ambos o meu profundo reconhecimento.
    Raul Caldeira.

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    1. Prezado Senhor Raúl Caldeira
      Fico-lhe grato pelas suas palavras. A todo o tempo é tempo de nos virmos a conhecer pessoalmente. De qualquer modo conheço o seu “perfil” através do blog “De Porta Aberta”. Concordo que o Carlos Oliveira (sem esquecer os colaboradores) tem feito um trabalho muito meritório dando a conhecer a Chamusca “ao mundo” via net. Muitos mais chamusquenses merecem estar nesta galeria, assim correspondam eles à sua intenção de os ouvir.
      Melhores cumprimentos,
      Eduardo João Martinho

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  3. Excelente trabalho, Carlos Santos Oliveira. Mais um excelente trabalho sobre um dos nossos conterrâneos. E neste caso um dos mais ilustres e brilhantes. Parabéns.

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  4. Dignificar a Chamusca e os Chamusquenses foi, desde sempre, o meu único objectivo ao criar os "Corações da Chamusca".
    Neste sentido, agradeço a todos os que têm acreditado neste trabalho sério e sincero, dando-me entrevistas, opiniões, colaborando comigo, comentando e visitando o blogue por todo o mundo.
    Parabéns, pela vossa dedicação e carinho.

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  5. Apesar de quase 50 anos de convívio e amizade, ainda havia algumas facetas da tua vida que ignorávamos, Obrigado por no-las teres dado a conhecer.
    Uma vida bonita. Parabéns! Esta entrevista é afinal uma homenagem de reconhecimento do valor de um Chamusquense que ao longo da sua vida sempre tem tido presente a sua terra natal. Manuela e Manuel Ribau

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    1. Caríssimos Manuela e Manuel
      Muito obrigado pelas vossas palavras, que levo à conta da nossa velha Amizade. Um "miminho" assim sabe sempre bem! Bem-Hajam!
      Um fraternal abraço,
      Eduardo Martinho

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  6. A tua história de vida que acompanhei desde que iniciaste o namoro com a minha irmã...alegra-me sempre ver estes relatos e as crónicas que te são dirigidas e que me enchem o coração...Bem haja pela partilha!!!

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